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A importância do alongamento para a dança

  Postado por Escola Paulista de Dança    
  30 de junho de 2020

A prática do alongamento ajuda a manter os músculos flexíveis, fortes e sadios e esse conjunto de benefícios são importantes para o bom movimento das articulações, sem eles os músculos ficam encurtados e tensos, sendo incapazes de manter equilíbrio e causando dores.

O alongamento deve ser feito de forma regular, quando praticado esporadicamente o corpo não fica preparado para “enfrentar” atividades que exijam muito de seus músculos.

Especificamente na dança, o alongamento é fundamental para manter o corpo preparado para os diversos passos que exigem resistência física, qualidade e amplitude de movimentos.

Contudo é importante não confundir alongamento e aquecimento, este primeiro é mais eficaz quando os músculos estão quentes, pois alongar com músculos frios pode resultar em lesões. É recomendado alongar após algum período de atividade física.

Alongue-se de forma adequada e lembre-se de quanto mais comum na sua rotina for o alongamento, mais benefícios para seu corpo e mente serão somados.

Para explicar um pouco mais sobre os benefícios na dança, conversamos com Nadine Oliveira, professora de alongamento e flexibilidade para ginastas, acompanhe:

1. Sabemos que todo bailarino/dançarino deve fazer exercícios adicionais além das aulas de técnica. É possível uma pessoa com pouca flexibilidade adquirir um bom alongamento através de exercícios adicionais?

Flexibilidade é uma capacidade totalmente treinável, isso quer dizer que todas as pessoas podem desenvolvê-la. Quanto antes começar, mais fácil e mais completo será o desenvolvimento dessa capacidade.

2. Por que quanto mais alta a perna, mais fácil a sustentação dela? 

Quando a perna consegue alcançar ângulos maiores (perna mais alta) o eixo do corpo fica mais centralizado, facilitando o equilíbrio e, com isso, também o controle e sustentação do corpo. Quando o ângulo alcançado é menor (perna mais baixa) há uma descompensação do equilíbrio e do controle corporal, tornando o exercício mais difícil de ser executado.

3. Quais cuidados devemos ter na busca por um bom alongamento?

Para melhorar nosso alongamento é necessário paciência, pois é um processo gradual. É muito importante trabalhar no limite do corpo, para ele conseguir se adaptar e ampliar sua capacidade. Porém, nunca devemos ir além desse limite, pois existe a possibilidade de acontecerem lesões musculares. A qualidade dos movimentos realizados é essencial, para manter o alinhamento do nosso corpo e manter a saúde e segurança das nossas articulações.

4. Como o alongamento pode nos ajudar para evitar lesões? 

Se a musculatura de uma pessoa é flexível ela é capaz de alcançar uma maior amplitude de movimento, permitindo uma melhor qualidade de execução dos mesmos, através do recrutamento de mais fibras musculares de forma harmônica, coordenada e sincronizada, mantendo seguras a musculatura e as articulações.

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Dançar não tem gênero

  Postado por Escola Paulista de Dança    
  25 de junho de 2020

Um pouco de história

Quando o ballet surgiu, no século XVI, apenas os homens tinham permissão para o ofício da dança. O rei da França, Luís XIV, era, inclusive um grande bailarino e criou a Academia Real de Dança, com o intuito de normatizar o ensino e a prática da dança no país.
Até o século XVII apenas homens podiam se profissionalizar no ballet, por conta disso os papéis femininos eram encenados por bailarinos travestidos de mulher.

Em 1681, Mademoiselle de La Fontaine foi a primeira mulher a dançar nos palcos, sendo considerada até hoje a primeira-bailarina de todos os tempos.
Porém mesmo com essa incursão das mulheres nos palcos de dança, a mulher era uma figura acompanhante, os papéis de destaque continuavam sendo apenas masculinos!

Não há consenso como ou quando, a leveza dos movimentos e presença de expressões corporais necessárias na dança passaram a ser associadas à figura feminina e criaram o pré-conceito de que dança é para mulher, fazendo com que os homens se afastassem dessas expressões artísticas.

Outros preconceitos na dança

Ainda com o passar dos anos, muitos outros preconceitos foram difundidos socialmente a cerca do universo da dança, como por exemplo, o entendimento de ser uma atividade profissional e a diversificação de acessórios para os diferentes tipos físicos, sapatilhas de ballet foram por 200 anos comercializadas apenas em tons de rosa e branco, este último só teve mudanças em 2018, quando uma empresa passou a comercializar os acessórios em tons de dourado e marrom.

Ficção

No início de 2001 foi lançado no Brasil o filme Billy Elliot, mostrando a história de um menino que tem sua vida mudada após assistir a uma aula de ballet, na trama o garoto fica entre seu talento e a família que é contra seu desejo de ser bailarino, o garoto persiste no seu sonho e após muitos conflitos, consegue por fim, fazer parte de uma grande escola e realizar seu sonho de ser um bailarino profissional.

Realidade

A história do filme não é real, mas o personagem de Billy foi realmente inspirado por um homem de verdade que enfrentou lutas semelhantes, em sua busca por se tornar um cantor de ópera nos anos 60, Sir Thomas Allen.
Apesar de serem vertentes artísticas diferentes, ainda hoje vemos muitos meninos e rapazes com talentos para artes que não são encorajados e apoiados.
Nas escolas de dança de todo país, o número de meninas é exponencialmente maior que o de meninos, apesar de toda evolução da sociedade, ainda há, infelizmente muito preconceito sobre o tema.
Acreditamos que dançar não têm gênero, é uma expressão artística que desperta energia , ajuda na construção  artística do indivíduo, trabalha exercícios  corporais, ludicidade, conhecimento e isso não é masculino ou feminino é universal e devemos todos trabalhar para esse seja um entendimento difundido cada vez mais.

A teoria na prática

Cor azul, calça e camiseta. Cabelo é pra ser curto e roupa é pra ser larga. Não pode chorar, tem que andar firme (nada de ficar se mexendo muito), seja educado; mas não muito educado porque não pega bem, chutar tá liberado; desde que seja uma bola ou um colega (de vez em quando acontece). Ser arteiro é permitido. Gostar de arte não é muito aceitável.
Em uma cidade de 60.000 habitantes, no interior de São Paulo, onde 46% da população é masculina, essa descrição de 05 linhas resume o vasto repertório de tudo o que um menino, rapaz ou homem pode fazer. Meu pai nasceu e cresceu nessa cidade e eu também. Meu pai tem orgulho de ter sido arteiro; já eu, às vezes, me envergonho por gostar de artes.
O que você pensa quando ouve alguém falar a palavra BALLET? É uma atividade feminina. É preciso começar desde criança. Outras alternativas parecem ser fora do normal. Essas eram as únicas informações que meu pai tinha a respeito desse assunto, até descobrir que o filho dele faz parte da assustadora estatística do “fora da normalidade”.
Um homem rígido e pouco tolerante as diferenças; um rapaz, tímido e desajeitado, que quer aprender a dançar ballet. A pandemia de um vírus mortal. Pai e filho, são obrigados a conviver 24 horas por dia, confinados na mesma casa. Parece serie da Netflix, mas é vida real. Meu nome é Samuel e essa é a minha história.
En dehors , port de bras, fechar as costelas, posição da cabeça, verso e reverso, aquecimento, alongamento, salto e pirueta. Estar em uma sala (mesmo que virtual) com muitas meninas que entendem muito sobre isso enquanto eu, usando roupa justa, tento me movimentar, aprender e dançar. Esse foi o filme que meu pai assistiu durante os últimos três meses.
Conhecer uma rotina de disciplina, vulnerabilidade, superação e amor. Meu pai continua não gostando de assistir espetáculos de ballet, mas agora a dança virou assunto de rotina aqui em casa, desses que a gente fala sentado à mesa. Então um dia ele me perguntou: “Por que não tem outros rapazes na sua aula?” Eu disse: “Não sei dizer pai, mas acho que quando o assunto é dança, as pessoas devem estar assistindo aos filmes errados”.

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Dicas para um bom plié

  Postado por Escola Paulista de Dança    
  3 de junho de 2020

Todo aluno de ballet já deve ter escutado do seu professor, ao executar um dos passos mais conhecidos do ballet a famosa frase: “Me mostra um bom plié”.
Plié significa “dobrado”, no ballet indica um movimento de flexão dos joelhos. É comum vermos alunos dando pouca importância a esse passo, o que é um grande erro, pois o plié é muito importante para outros tantos passos, como saltos e variações masculinas. Além disso, pliés mal executados podem causar problemas nas cartilagens dos joelhos e comprometer toda uma carreira no ballet.

Existem dois tipos de plié: o demi plié e o grand plié, respectivamente, pequeno (meia flexão das pernas) e um grande (flexão total das pernas).
Em turmas iniciantes o plié é executado na primeira, segunda e terceira posição de pernas; e em turmas mais avançadas, ele também é executado em quarta e quinta posição de pernas.

Alguns detalhes importantes para se executar um “bom plié” são:
1. Lembrar que ao dobrar as pernas, os joelhos devem abrir para fora, na direção da ponta dos dedos dos pés, em en dehors;
2. Não empinar o bumbum;
3. Mantenha a coluna reta e o quadril encaixado durante toda execução do passo. Ombros em cima dos quadris e quadris alinhados com os pés;
4. Ao fazer um demi plíe, os pés permanecem no chão o tempo todo, os calcanhares não podem descolar do chão.  No grand-plié os calcanhares se elevam do chão apenas o suficiente para que os joelhos atinjam uma maior flexão, exceto na segunda posição;
5. É necessário descer e subir com a musculatura das coxas, nunca se apoiando na barra ou flexionando o corpo para frente;
6. Esse passo deve ser realizado de forma contínua, tendo o cuidado de não parar o movimento em baixo.

Com essas dicas, temos certeza de que daqui pra frente, seu professor só verá bom plié em aula!

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Um bate papo sobre as pantomimas

  Postado por Escola Paulista de Dança    
  28 de maio de 2020

Pantomima é a arte de retratar um personagem ou uma história apenas por meio do movimento do corpo (posturas e gestos realistas e simbólicos), nessa arte os movimentos das mãos são particularmente expressivos e importantes.

Pode-se dizer que a pantomima é tão antiga quanto a dramaturgia, e ambas têm a mesma origem: Grécia Antiga. Em Roma, o poeta Lívio Andrônico é considerado o primeiro one-man-show da história do teatro, foi inventor da pantomima romana e fez a ponte entre a pantomima grega e a latina, sempre voltada aos palcos de teatro.
As pantomimas só se popularizaram na dança com Jean-Georges Noverre, por meio do conceito de “ballet d’ action”, que ressignificou a pantomima, retirou a ideia de usar máscaras advinda dos palcos e exigiu que o bailarino não fosse um simples executor de passos, mas que verdadeiramente contasse a história e mergulhasse no personagem que estava interpretando.
Foi com Noverre que começou a moldar-se a noção que temos hoje sobre o “ballet de repertório”, e é apropriado dizer que até hoje se utilizam gestos que são conhecidos mundialmente no ballet clássico.


Sem estes gestos tão difundidos nos clássico do ballet de repertório, não teríamos o claro entendimento de casamento, morte, promessa, amor, dentre outros nos espetáculos de dança.

A seguir conversamos um pouco com a Mestra Andrea Gregori do Ballet East – Florida/EUA sobre as pantomimas, acompanhe:

1. As pantomimas sofreram muitas mudanças no cenário atual da dança?

Sim, a pantomima assim como as formas dos bailarinos se movimentarem se modernizaram mas não deixou de existir. Hoje temos ballets novos, como Alice no País das Maravilhas do Royal Ballet, que não são do repertório clássico mas que fazem uso de uma pantomima clara para comunicar o conteúdo da estória.

2. Você considera que a pantomima tem ficado “perdida” ou tem sido pouco usada ultimamente?

Nós vemos que a dança se tornou bem mais abstrata não havendo necessidade do uso da pantomima em certas coreografias, porém quando um ballet necessita contar um estória, e necessário utilizar essa forma de comunicação, caso contrário não haverá interação com o público.

3. Você acha importante que as escolas de Dança se preocupem em utilizar as pantomimas em seus espetáculos? Qual seria a melhor forma de introduzir esse aprendizado aos alunos?

Sim, especialmente porque as escolas estão formando os bailarinos de amanhã, é importante que eles experimentes todas as formas de comunicarem-se com o público . A melhor forma de introduzir o aprendizado da pantomima nas aulas de ballet é através de atividades lúdicas desde a mais tenra idade. As professoras deveriam criar situações para despertar o aluno para a fantasia, o mistério, as emoções, a curiosidade, etc… A pantomima é um elemento rico para se trabalhar nas crianças a arte de representar um personagem.

Abaixo confira alguns exemplos de pantomimas:

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Um bate papo relacionado ao universo do Yoga

  Postado por Escola Paulista de Dança    
  20 de maio de 2020

O Yoga surgiu na Índia há milhares de anos, com o objetivo de alcançar longevidade, melhor compreensão de si mesmo, liberdade (do sofrimento) e conexão entre corpo e mente.
Seus pilares são: exercícios físicos (as posturas ou a sanas que têm a função de trabalhar os órgãos do corpo, aumentando dessa forma suas eficiências e preparando o corpo para permanecer mais tempo imóvel, em meditação), exercícios respiratórios (os pranay amas , pois acredita-se que o prana, absorvido pela respiração, seja a fonte da vida e o controle da respiração ajuda a manter a saúde, o bom funcionamento da mente e do corpo) e a meditação (que é a cura para o estresse do dia a dia, através do silêncio, do aquietamento dos pensamentos e conexão profunda consigo mesmo).
As técnicas buscam a reeducação respiratória, redução de estresse, aumento do tônus muscular, flexibilidade, relaxamento e concentração.
Agora que você já sabe um pouco sobre esta modalidade, acompanhe uma rápida entrevista com Luciana Varejão Szwarcwing, professora de Hatha, Vinyasa e Menopause Yoga (formada pelo Simples.mente Yoga em São Paulo, com estudos de aprofundamento na India e no Reino Unido e acreditada pelo Yoga Alliance).

 1. O Yoga é estigmatizado como sendo uma atividade que promove relaxamento, é apenas isso mesmo?

Absolutamente. O Yoga, na forma como ele é conhecido hoje no Ocidente, surgiu como uma forma de aumentar a saúde do corpo, pois um corpo firme (não contraído, mas forte e saudável) e flexível proporcionam um maior tempo em posturas meditativas em busca de um aquietamento mental e de uma maior conexão com o Universo, com o todo. Inicialmente, acredita-se que a principal prática dos iogues era somente a meditação, em busca desta conexão com o Divino e da cessação ou diminuição dos sofrimentos mundanos. Mas rapidamente eles descobriram que é bem mais fácil um corpo trabalhado e sem dores permanecer em posturas meditativas por mais tempo,

2.  É necessário já ter praticado ou praticar alguma outra atividade física, para iniciar na prática do Yoga?

Não. O ideal é começar em aulas adequadas para iniciantes e não para praticantes mais avançados. Mas em praticamente todas as modalidades do Yoga (Hatha, Vinyasa, Ashtanga, Iyengar e outras), o professor oferece modificações de cada postura ou asana para praticantes iniciantes, intermediários e avançados. Ou para os mais flexíveis e os mais encurtados em cada asana. Também não dá muito tempo de olhar para o lado para ver o que os outros estão fazendo, principalmente nas primeiras aulas, pois é necessário acompanhar atentamente a condução do professor. O Yoga é uma “viagem para dentro” e eu costumo dizer em minhas aulas que “é cada um no seu quadrado… ou melhor, retângulo”.(Risos…)

3. Como a prática da atividade auxilia no condicionamento físico e quais benefícios a médio e longo prazo?

O Yoga trabalha gentilmente os músculos, articulações e o sistema respiratório de cada um e, desde o início, o aluno é incentivado a se esforçar ao máximo, mas sempre permanecendo dentro de seus limites físicos que se expandirão a cada prática. É possível sentir os músculos se fortalecerem, as articulações ficarem mais flexíveis e lubrificadas, as dores diminuírem e a capacidade respiratória aumentar aula após aula. Além disso, o próprio corpo vai criando uma memória, de forma que mesmo se você parar por algum tempo, o seu corpo rapidamente recupera o ponto de onde parou e você consegue ir além.
Os principais benefícios do Yoga a médio e longo prazo são:
⦁ Aumento da saúde geral do corpo
⦁ Diminuição do estresse e da ansiedade
⦁ Maior controle das emoções
⦁ Alívio das dores corporais
⦁ Melhoria da qualidade do sono
⦁ Controla a pressão e os batimentos cardíacos

4. No momento atual, como o Yoga  pode nos ajudar a passar pelo isolamento social e as incertezas do futuro?

O Yoga te leva para o MOMENTO PRESENTE. Você precisa estar concentrado no seu corpo para fazer as posturas, concentrado na respiração para fazer os exercícios respiratórios e sua mente é incapaz de divagar, seja para o futuro, o passado ou qualquer outra preocupação. Mesmo no momento do relaxamento final (o famoso shavasana), o seu corpo e mente costumam estar tão cansados que há um aquietamento dos pensamentos (e é neste momento que muitas pessoas têm insights, respostas para questões pessoais ou uma sensação de paz e relaxamento extremos).
Dar e tirar o máximo do momento presente é a melhor maneira de não sofrer com as incertezas do futuro ou a melancolia (saudade) do passado. Além disto, a prática das posturas, assim como outras atividades físicas, te levam a um momento só seu e a um bem estar final que compensam todo o esforço. Os resultados da prática constante também animam o espírito com as diversas conquistas e progressos alcançados e a uma melhora na qualidade do sono que ajudam a evitar as insônias noturnas.

5. Por fim, qual a principal mensagem do Yoga?

A palavra yoga vêm do sânscrito e tem diversos significados. Ela deriva da raiz yuj , que significa “controlar”, “unir” ou “ concentração”. A mensagem do Yoga está relacionada à união do corpo à mente, assim como à união de tudo e todos ao Universo que nos cerca e ao mistério do desconhecido. Cessando as agitações da mente, consegue-se perceber que o que está dentro está fora e que o que está dentro do outro (a sua essência) é igual ao que está em mim. E isto leva a uma compreensão maior de si mesmo e do outro e a um sentimento de união com todo o Universo.

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